Eu gosto de falar as coisas na real. Sem enrolar...O caso é que Adalberto era puteiro mesmo. Não sei se era vício, mas a lua tava cheia. Saiu mais tarde do trabalho, no escritório de contabilidade. Era época de fazer imposto de renda. Entrou no seu Cruze preto. Tirou o paletó, afrouxou a gravata. Rodou algumas quadras. Não tinha um perfil já pré definido. Mas gostava de baixinhas. Então parou o carro e a moça entrou. Tem aquele ditado que combinado não sai caro. ..O deles é que ela desceria na mesma esquina. Próximo ao ponto de táxi.
Assim que ele parou, a moça abriu a porta e o Cruze foi cercado por taxistas. Arrancaram ele do carro e bateram sem ter dó. Ele era bom de briga, do tipo fortão. Conseguiu fugir e arrancar o carro.
Pra esposa disse que foi assaltado.
É colega, tá difícil pra todo mundo. Nem catar putas nas esquinas ninguém pode mais! Antigamente, o único medo era pegar DST. Agora o pavor é ser confundido com UBER !!!
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Fotografias
Olhei o mar
Sorrindo
Nuance de uma
Velha fotografia
Olhei o mar
Sentindo
O pulsar da
Tua discografia
Olhei além
Do ser
Dos sábios
Anos 80
Cômico e cândido
Visão esplêndida
Explícitas
Em nossos antigos sonhos
Olhei o mar
Pensando
Fotografias
Que o futuro há de revelar
Sorrindo
Nuance de uma
Velha fotografia
Olhei o mar
Sentindo
O pulsar da
Tua discografia
Olhei além
Do ser
Dos sábios
Anos 80
Cômico e cândido
Visão esplêndida
Explícitas
Em nossos antigos sonhos
Olhei o mar
Pensando
Fotografias
Que o futuro há de revelar
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Meninas
Ah, meninas com seus temas
Suas vidas, seus problemas
Sempre cheias de passado
Ser menina é seu pecado
Ah, vida estranha
Vida menina, menina que arranha
Seus céus de medo
Tristes versos e enredos
Ser menina e aceitar
Cruel fado
Cresce sem nada mudar
Olha pra trás e esquece
Esquece menina
O sol logo te aquece
Vai em frente
Vai menina
Sem chorar
Menina penitente
Olha pra frente e busca
Ser menina, lembrar menina
De laços afáveis
Corre o tempo em sua luta
Sempre foi e sempre será
Linda menina
Avó menina
Lembrança menina
Suas vidas, seus problemas
Sempre cheias de passado
Ser menina é seu pecado
Ah, vida estranha
Vida menina, menina que arranha
Seus céus de medo
Tristes versos e enredos
Ser menina e aceitar
Cruel fado
Cresce sem nada mudar
Olha pra trás e esquece
Esquece menina
O sol logo te aquece
Vai em frente
Vai menina
Sem chorar
Menina penitente
Olha pra frente e busca
Ser menina, lembrar menina
De laços afáveis
Corre o tempo em sua luta
Sempre foi e sempre será
Linda menina
Avó menina
Lembrança menina
sexta-feira, 8 de julho de 2016
Feridas e o tempo
Claro que ele não cura nada
Ele é mágico
Uma impressão apenas
De seres tão humanos
Que acreditam no tempo
A percepção errônea
Não existe foi e será
É e não virá
Hoje. Agora.
Disputa incoerente
Sem volta
Porque nunca houve
Só lembranças
Filmes
Romances
Música
Nada real
Nada normal
Dias e noites
Fontes e horizontes
Na horizontal
Redemoinho
Nó
Apenas cicatriza
Dores abertas
Dia sim
E também
Assim
No tempo.
Ele é mágico
Uma impressão apenas
De seres tão humanos
Que acreditam no tempo
A percepção errônea
Não existe foi e será
É e não virá
Hoje. Agora.
Disputa incoerente
Sem volta
Porque nunca houve
Só lembranças
Filmes
Romances
Música
Nada real
Nada normal
Dias e noites
Fontes e horizontes
Na horizontal
Redemoinho
Nó
Apenas cicatriza
Dores abertas
Dia sim
E também
Assim
No tempo.
terça-feira, 21 de junho de 2016
Meia noite
Ah, como tua ausência dói
Meu ar rarefeito
Esqueço de respirar
Ah, como anseio tua volta
Tua boca na minha
Teu corpo no meu
Ah, sentimentos de angústia
Horas sem nexo
Esperando, esperando, esperando
Ah, como sonho
Magia do reencontro
Conto de fadas ao contrário
Ah, soar da meia-noite
Você e eu novamente
Num eterno final feliz.
Meu ar rarefeito
Esqueço de respirar
Ah, como anseio tua volta
Tua boca na minha
Teu corpo no meu
Ah, sentimentos de angústia
Horas sem nexo
Esperando, esperando, esperando
Ah, como sonho
Magia do reencontro
Conto de fadas ao contrário
Ah, soar da meia-noite
Você e eu novamente
Num eterno final feliz.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Gato Mel
Era uma vez
Da sorte um gato
Felino arisco
Achado no mato
Suave de gestos
Tão nobre gentil
Guloso sapeca igual
Não se viu
A noite no escuro
Saia explorar
Apartamento de encantos
Para conquistar
A mulher com o violão
Começava a tocar
Só rock pela noite
E ele a escutar
Uma noite já dormindo
As cordas a soar
Ela levanta
Para espiar
O gato travesso
As patinhas arranhando
Nas cordas do violão
Num rock miando.
Da sorte um gato
Felino arisco
Achado no mato
Suave de gestos
Tão nobre gentil
Guloso sapeca igual
Não se viu
A noite no escuro
Saia explorar
Apartamento de encantos
Para conquistar
A mulher com o violão
Começava a tocar
Só rock pela noite
E ele a escutar
Uma noite já dormindo
As cordas a soar
Ela levanta
Para espiar
O gato travesso
As patinhas arranhando
Nas cordas do violão
Num rock miando.
terça-feira, 17 de maio de 2016
Lágrimas de criança.
Hoje chorei
Com a alma de criança
Afastada de seu pai
Hoje chorei
Pela maldade humana
Hoje chorei
E ninguém viu minhas lágrimas
Hoje chorei com lembranças
Dos anos que me roubaram
Hoje chorei pelas crianças
Que choram por seus pais
Chorei pelas que são até
Impedidas de chorar
Chorei por que já fui criança
E hoje, pros braços dele já não
Poderei voltar.
Com a alma de criança
Afastada de seu pai
Hoje chorei
Pela maldade humana
Hoje chorei
E ninguém viu minhas lágrimas
Hoje chorei com lembranças
Dos anos que me roubaram
Hoje chorei pelas crianças
Que choram por seus pais
Chorei pelas que são até
Impedidas de chorar
Chorei por que já fui criança
E hoje, pros braços dele já não
Poderei voltar.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Amor
Se um dia falei que te amava
Não digo da boca pra fora
É porque amor eu sentia
E amor pra mim não acaba.
Amor é história compartilhada
Hoje entendo amor
Sem jogo de palavras
Amor construído
Sem muros, constante
Amor assumido
Alma amante
Se um dia te quis ao meu lado
É porque precisava
Porque parte de mim era tua
Sem questionamentos sem certo ou errado
Vou amar por inteiro
Meu amor
É amor. Apenas por ser amor
É calor de janeiro.
Não digo da boca pra fora
É porque amor eu sentia
E amor pra mim não acaba.
Amor é história compartilhada
Hoje entendo amor
Sem jogo de palavras
Amor construído
Sem muros, constante
Amor assumido
Alma amante
Se um dia te quis ao meu lado
É porque precisava
Porque parte de mim era tua
Sem questionamentos sem certo ou errado
Vou amar por inteiro
Meu amor
É amor. Apenas por ser amor
É calor de janeiro.
domingo, 10 de abril de 2016
Meu Muro.. Um aperitivo pro livro novo...
Teste sua loucura
cante, dance,
Felicidade se procura.
Comece nova vida,
Rir é o ponto
De partida
P.S. Pelos anos de 1988, 1989, 1990, eu tinha vários cadernos com poemas manuscritos. Em cada um deles tinha uma página chamada " Meu Muro", onde escrevia pequenos poemas, frases, gritos de rebeldia... Em meu novo livro, dediquei algumas páginas para eles...
cante, dance,
Felicidade se procura.
Comece nova vida,
Rir é o ponto
De partida
Num muro
mesmo sem rima
Retrato poético
Luz e horizonte
Desejos para Curitiba
Nada fora do Normal
Em minha boca imagino o beijo
No celular, tua foto
Roubada da Rede Social
Sonho com você
minha loucura
Invento romances
Passo do ponto
Volto pra vida dura!
Para Leminski
Somos necessidade
Por isso nos inventamos
Somos a loucura
Somos a ilusão
Somos poetas
Somos busca e fuga
Da realidade
P.S. Pelos anos de 1988, 1989, 1990, eu tinha vários cadernos com poemas manuscritos. Em cada um deles tinha uma página chamada " Meu Muro", onde escrevia pequenos poemas, frases, gritos de rebeldia... Em meu novo livro, dediquei algumas páginas para eles...
Mergulho
Nesta vida insana
Não me importo com palavras
O que me diz entre carinhos
Nem fazem sentido
Acredito em gestos
Atitudes
Já fui reflexo do mundo
Me excluí no silêncio
Já fui voz dos sofredores
Agora sou sombra
Ruído
Ando nua
Sem me preocupar com olhares
Sei que já não sou vista
E que meu grito foi abafado
Minha música desafina
Meus poemas designificam
Olho pela janela um pequeno barco
Vejo meus sentimentos partindo
A lua se espelha no mar
Meu tempo já passou
Mergulho em seu espelho prateado
O mar me faz lembrar
De um futuro que não vivi.
Não me importo com palavras
O que me diz entre carinhos
Nem fazem sentido
Acredito em gestos
Atitudes
Já fui reflexo do mundo
Me excluí no silêncio
Já fui voz dos sofredores
Agora sou sombra
Ruído
Ando nua
Sem me preocupar com olhares
Sei que já não sou vista
E que meu grito foi abafado
Minha música desafina
Meus poemas designificam
Olho pela janela um pequeno barco
Vejo meus sentimentos partindo
A lua se espelha no mar
Meu tempo já passou
Mergulho em seu espelho prateado
O mar me faz lembrar
De um futuro que não vivi.
terça-feira, 29 de março de 2016
Toca Raul!
Acho que era um daqueles dias em que eu estava num ótimo humor. Entro no mercado e está tocando Raul. Torço o nariz. Pego uma garrafa de água e saio rápido pra não me atrasar. Tenho aula. Minha professora de violão escolhe uma música da apostila.
- Raul? Sério isso?
-Algum problema?
-Nada não! !!
Pois é. Lembrei que eu gostava daquela música quando era criança. Mas quando eu era criança nem sabia quem era no vídeo. ..Acaba minha aula. Entro no carro e coloco o pen drive novo com as músicas nacionais que minha filha gravou pra mim... Tá bacana...Cazuza. ..Ira...Como assim??? Raul???Ela sabe que odeio Raul...Hoje é o dia...Pô! Mas é o Frejat que está cantando. Deixo tocar. Resolvi fazer as pazes com Raul. Já que ele não saiu do meu pé o dia todo. Parece estar implorando por perdão. Beleza Maluco! Nem sou de guardar rancor...É que também tem coisas que sou obrigada a concordar: " Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Deixa pra lá. Toca Raul!!!!
- Raul? Sério isso?
-Algum problema?
-Nada não! !!
Pois é. Lembrei que eu gostava daquela música quando era criança. Mas quando eu era criança nem sabia quem era no vídeo. ..Acaba minha aula. Entro no carro e coloco o pen drive novo com as músicas nacionais que minha filha gravou pra mim... Tá bacana...Cazuza. ..Ira...Como assim??? Raul???Ela sabe que odeio Raul...Hoje é o dia...Pô! Mas é o Frejat que está cantando. Deixo tocar. Resolvi fazer as pazes com Raul. Já que ele não saiu do meu pé o dia todo. Parece estar implorando por perdão. Beleza Maluco! Nem sou de guardar rancor...É que também tem coisas que sou obrigada a concordar: " Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Deixa pra lá. Toca Raul!!!!
domingo, 27 de março de 2016
Renascimento
Páscoa é renascimento. Mas nunca isso foi tão claro pra mim. Encasquetei que queria mudas de bananeira. Resolvi plantar algumas coisinhas no meu pequeno quintal. Sim. Quando eu quero algo tem que ser na hora...Ah, capricornianas. .. Meu amor sugeriu pararmos na banca do Fernando, em Morretes. A gente sempre dá uma parada lá. ..Compra bala de banana, palmito em tolete. ..Bem. Fernando não tinha as mudas. Mandou a gente falar com o sogro dele, conhecido como Mineiro. Batemos lá. Desconhecidos pedindo pra comprar umas mudas...Ela podava uns pés de couve. Ele ofereceu suco, café. Vendo que a conversa ia demorar, chamei as crianças pra sair do carro. Fomos recebidos como parentes queridos. Não aceitaram de forma alguma pagamento pelas mudas...Mas não saí de lá só com as bananeiras...Ganhei colorau, limão, laranja, jaca, cana de açúcar,sementes e mudas diversas. Mais do que isso. Ganhei novos e queridos amigos. Do tipo que a gente, da cidade não está acostumado não! Sabe pessoas de verdade? Lindos e sábios em sua simplicidade. Um casal maravilhoso, ambos já passaram dos 70. Com vitalidade pra deixar a gente com vergonha...
Passamos horas na casa deles, agora parada obrigatória em nosso caminho pra praia. Acho que foi a melhor Páscoa de nossa família. Nunca estivemos tão juntos, tão Unidos e tão felizes. Plantamos mudas e sementes. Trabalhamos como nunca em nosso quintal. E como recompensa tivemos um abençoado final de semana. Deu praia!!! E com muito sol. Literalmente parece que o sol voltou a brilhar em nossa família. Que a Páscoa permaneça em nós. Assim seja.
Passamos horas na casa deles, agora parada obrigatória em nosso caminho pra praia. Acho que foi a melhor Páscoa de nossa família. Nunca estivemos tão juntos, tão Unidos e tão felizes. Plantamos mudas e sementes. Trabalhamos como nunca em nosso quintal. E como recompensa tivemos um abençoado final de semana. Deu praia!!! E com muito sol. Literalmente parece que o sol voltou a brilhar em nossa família. Que a Páscoa permaneça em nós. Assim seja.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Míope
Eu vou fazer um poema míope
Pra todos os amigos
Por quem passei
E que me acham metida
Antipática e nem sei
Para os que viraram inimigos
Pros que a cara virei
E para os estranhos que achei conhecer
E sem mais nem menos cumprimentei
Quero que saibam
Que eu não enxergo
Que só bem de perto
Vou reconhecer
E se passar por mim
Por favor, grite
chame atenção
E pra aqueles que nem sabiam
Desculpem, de coração! !!!
Desi Veloso
Pra todos os amigos
Por quem passei
E que me acham metida
Antipática e nem sei
Para os que viraram inimigos
Pros que a cara virei
E para os estranhos que achei conhecer
E sem mais nem menos cumprimentei
Quero que saibam
Que eu não enxergo
Que só bem de perto
Vou reconhecer
E se passar por mim
Por favor, grite
chame atenção
E pra aqueles que nem sabiam
Desculpem, de coração! !!!
Desi Veloso
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Fio e agulha
Na prática da vida não existem segredos. Se você quer costurar, antes tem que por o fio na agulha. É sempre igual, se o fio estiver solto vai escapar...Se tiver muito tenso, arrebenta.
Desi Veloso 14/02/15 ( Fazendo um aninho)
Minhas costuras são como meus poemas. Não são perfeitas, sou uma amadora...Mas em cada ponto um reflexo do que sou. E no final, acho tudo lindo, porque fiz com amor!
Desi Veloso 15/02/15
Desi Veloso 14/02/15 ( Fazendo um aninho)
Minhas costuras são como meus poemas. Não são perfeitas, sou uma amadora...Mas em cada ponto um reflexo do que sou. E no final, acho tudo lindo, porque fiz com amor!
Desi Veloso 15/02/15
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Somos necessidade
Somos necessidade
Por isso nos inventamos
Somos a loucura
Somos a ilusão
Somos poetas
Somos busca e fuga
Da realidade
Desi Veloso
Por isso nos inventamos
Somos a loucura
Somos a ilusão
Somos poetas
Somos busca e fuga
Da realidade
Desi Veloso
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Carrão
Ele era de uma família classe média alta, típica Curitibana. Tinha mais sobrenome e pose que dinheiro. Estudou nos melhores colégios, no clube onde foi praticamente seu segundo lar havia uma placa: "É proibido ás babás, colocar os pés na piscina".
Ela foi educada à moda antiga. Filha única, exímia pianista, casou virgem com seu primeiro namorado. Nunca pensou em trabalhar fora, casou assim que recebeu o diploma da faculdade de Belas Artes. Colocou o garoto na escolinha de educação infantil meio período só pra ter tempo para fazer suas compras, ir ao salão de beleza e cuidar do gerenciamento da casa. Mas o garotinho que era tão doce, um dia começou a se rebelar na escolinha. Chamada várias vezes em reunião com a professora e pedagoga da escola, numa dessas vezes escutou uma senhora que cuidava da limpeza, comentar assim que passou por ela. " Adianta muito essas coisas de psicologia, o piá tá assim de tanto ouvir as piadinhas sobre o pai dele e a ninfetinha!"
Levou um susto. Sua barriga gelou. Impossível ser sobre ela e seu filho o comentário maldoso. Mas ficou intrigada. Sem tirar da cabeça, comentou com a manicure, já tão acostumada com esse tipo de confidência. A manicure, velha esperta, sabedora dessas coisas da vida, orientou a fazer uma blitz. Como quem não quer nada, uma olhadinha no celular do marido. E assim ela fez. Esperou ele entrar no banho e deu o celular na mão da criança. O pai costumava pôr joguinhos pro menino, que esperto sabia destravar o celular. Celular destravado, deu um pacote de salgadinho pro moleque. Guloso, largou o celular na mesma hora. E lá estava. Teve ânsias. Conversas do marido com uma vizinha de dezessete anos. Estava tudo explícito ali. Encontros, fotos. O mundo dela acabou naquele momento. Ou talvez reiniciou, com o fim do casamento.
Resolveu trabalhar. Um primo conseguiu emprego pra ela numa grande empresa. Foi no estacionamento que conheceu ele. Com o sofrimento, ela amadureceu. Descobriu que romance, amor eterno, nada do que aprendeu com as princesas da Disney era verdadeiro. Jamais teria com qualquer outro homem qualquer relacionamento que não fosse apenas sexual.
Ele como homem, nunca sentiu o peso que a sociedade impõe às mulheres, de fidelidade e relacionamentos monogâmicos. Cresceu ouvindo piadinhas sobre "as filiais " dos amigos do pai. Porque, em qualquer sociedade machista, homens nunca foram monogâmicos. Ah, sim. Mulheres sempre traíram também. ..Mas mulher que faz isso é "vadia". Homem é homem. Então ele fazia o que tinha vontade, sob aplausos dos amigos e debaixo do manto do casamento perfeito e aceito pela sociedade.
Não precisou de muita conversa pra seguirem após o trabalho para um Motel.
Pediram uma suíte com garagem pra dois carros. Ele, o garanhão casado, precisava manter as aparências.
O motel, construído nos anos 90, pra uma economia de carros populares que jamais previra um aumento do gosto do brasileiro em ter "carrões ", tinha espaço um pouco apertado, tanto na largura quanto no comprimento. Ele, muito gentil, esperou ela entrar com o carro. Colocando sua caminhonete de ré. Ah, sim. Ela era uma mulher linda. E ele um pouco afobado, largou o carro sem ao menos fechar direito o portão da garagem que ficou meio levantado, com parte do carro ainda pra fora. Tinha coisas mais urgentes para fazer.
Por trás daquele machista, havia um romântico... Entrou e a abraçou. Beijou como se por ela fosse apaixonado, soltou os longos cabelos dela.
Quando estavam já numa situação em que o mundo poderia acabar, que não dava pra parar, o telefone do motel começa a tocar. Extremamente irritado ele atende.
- Senhor, é da portaria. O seu carro tá andando. Sozinho. Por favor senhor, seu carro tá andando!!
Ele, já com as partes desmotivadas pelo susto, enfia a cueca e corre pra garagem. O portão havia terminado de levantar. O carro, que ele tinha, na pressa, esquecido de puxar o freio de mão, desceu pelo Motel, acertando em cheio a lateral de um SUV.
O careca que dirigia o SUV, já foi gritando que não tinha havido nada, apesar do gigante e aparente amassado. Fechou o vidro pra ninguém reconhecer a loirinha que estava com ele.
Ele sem graça. Recolocou com cuidado o carro na garagem. Ainda tinha tempo pra animação voltar e terminar o que estava fazendo.
Era um homem de sorte! Quem diria, hein? Bater o carro numa situação constrangedora dessas. Ainda bem, que em Curitiba, onde todo mundo de alguma forma se conhece, o caso foi abafado.
E o careca, do motel foi pra concessionária. Vendeu o carro por um preço irrisório. Batido mesmo. Já saiu na mesma hora com outro carro. Precisava se livrar da prova. Nada podia abalar seu provável novo mandato de deputado.
"... qualquer semelhança com fatos e personagens reais pode ser creditada á incompetência do autor em reconstruí-los de forma dissimulada e irreconhecível. " - Nei Lisboa.
Ela foi educada à moda antiga. Filha única, exímia pianista, casou virgem com seu primeiro namorado. Nunca pensou em trabalhar fora, casou assim que recebeu o diploma da faculdade de Belas Artes. Colocou o garoto na escolinha de educação infantil meio período só pra ter tempo para fazer suas compras, ir ao salão de beleza e cuidar do gerenciamento da casa. Mas o garotinho que era tão doce, um dia começou a se rebelar na escolinha. Chamada várias vezes em reunião com a professora e pedagoga da escola, numa dessas vezes escutou uma senhora que cuidava da limpeza, comentar assim que passou por ela. " Adianta muito essas coisas de psicologia, o piá tá assim de tanto ouvir as piadinhas sobre o pai dele e a ninfetinha!"
Levou um susto. Sua barriga gelou. Impossível ser sobre ela e seu filho o comentário maldoso. Mas ficou intrigada. Sem tirar da cabeça, comentou com a manicure, já tão acostumada com esse tipo de confidência. A manicure, velha esperta, sabedora dessas coisas da vida, orientou a fazer uma blitz. Como quem não quer nada, uma olhadinha no celular do marido. E assim ela fez. Esperou ele entrar no banho e deu o celular na mão da criança. O pai costumava pôr joguinhos pro menino, que esperto sabia destravar o celular. Celular destravado, deu um pacote de salgadinho pro moleque. Guloso, largou o celular na mesma hora. E lá estava. Teve ânsias. Conversas do marido com uma vizinha de dezessete anos. Estava tudo explícito ali. Encontros, fotos. O mundo dela acabou naquele momento. Ou talvez reiniciou, com o fim do casamento.
Resolveu trabalhar. Um primo conseguiu emprego pra ela numa grande empresa. Foi no estacionamento que conheceu ele. Com o sofrimento, ela amadureceu. Descobriu que romance, amor eterno, nada do que aprendeu com as princesas da Disney era verdadeiro. Jamais teria com qualquer outro homem qualquer relacionamento que não fosse apenas sexual.
Ele como homem, nunca sentiu o peso que a sociedade impõe às mulheres, de fidelidade e relacionamentos monogâmicos. Cresceu ouvindo piadinhas sobre "as filiais " dos amigos do pai. Porque, em qualquer sociedade machista, homens nunca foram monogâmicos. Ah, sim. Mulheres sempre traíram também. ..Mas mulher que faz isso é "vadia". Homem é homem. Então ele fazia o que tinha vontade, sob aplausos dos amigos e debaixo do manto do casamento perfeito e aceito pela sociedade.
Não precisou de muita conversa pra seguirem após o trabalho para um Motel.
Pediram uma suíte com garagem pra dois carros. Ele, o garanhão casado, precisava manter as aparências.
O motel, construído nos anos 90, pra uma economia de carros populares que jamais previra um aumento do gosto do brasileiro em ter "carrões ", tinha espaço um pouco apertado, tanto na largura quanto no comprimento. Ele, muito gentil, esperou ela entrar com o carro. Colocando sua caminhonete de ré. Ah, sim. Ela era uma mulher linda. E ele um pouco afobado, largou o carro sem ao menos fechar direito o portão da garagem que ficou meio levantado, com parte do carro ainda pra fora. Tinha coisas mais urgentes para fazer.
Por trás daquele machista, havia um romântico... Entrou e a abraçou. Beijou como se por ela fosse apaixonado, soltou os longos cabelos dela.
Quando estavam já numa situação em que o mundo poderia acabar, que não dava pra parar, o telefone do motel começa a tocar. Extremamente irritado ele atende.
- Senhor, é da portaria. O seu carro tá andando. Sozinho. Por favor senhor, seu carro tá andando!!
Ele, já com as partes desmotivadas pelo susto, enfia a cueca e corre pra garagem. O portão havia terminado de levantar. O carro, que ele tinha, na pressa, esquecido de puxar o freio de mão, desceu pelo Motel, acertando em cheio a lateral de um SUV.
O careca que dirigia o SUV, já foi gritando que não tinha havido nada, apesar do gigante e aparente amassado. Fechou o vidro pra ninguém reconhecer a loirinha que estava com ele.
Ele sem graça. Recolocou com cuidado o carro na garagem. Ainda tinha tempo pra animação voltar e terminar o que estava fazendo.
Era um homem de sorte! Quem diria, hein? Bater o carro numa situação constrangedora dessas. Ainda bem, que em Curitiba, onde todo mundo de alguma forma se conhece, o caso foi abafado.
E o careca, do motel foi pra concessionária. Vendeu o carro por um preço irrisório. Batido mesmo. Já saiu na mesma hora com outro carro. Precisava se livrar da prova. Nada podia abalar seu provável novo mandato de deputado.
"... qualquer semelhança com fatos e personagens reais pode ser creditada á incompetência do autor em reconstruí-los de forma dissimulada e irreconhecível. " - Nei Lisboa.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Tudo pode acontecer - parte 04
-Cansei da contabilidade!
Porque não podemos deixar isso só pro contador?
- Tô vendo que está cansada. Quer uma massagem Su?
- Não! Quero dormir.
- Sério? Tá doente? Você recusando minha massagem? Ou será que perdi meu charme?
- Sai. Vai pra tua casa que tá tarde. Estou com sono.
- Tá. Não precisa me tocar. Mal humorada!
Terminamos amanhã?
- Melhor né? Desculpa. Não pretendia ser grosseira. Sabe que fico chata quando tenho sono!
- Está tudo certo, minha querida.
Suzana tirou a roupa. Largou em cima de uma cadeira. Deitou na cama. Apagou a luz. Acendeu novamente. A sua mania de arrumação era pior que o sono. Dobrou e guardou as roupas. Deitou novamente. Levantou, porque não tinha escovado os dentes. Então escovou os dentes e tentou dormir. Foi quando escutou um barulho na porta. Barulho de chave. Imaginou que Gutierrez havia esquecido algo... Esperou. Um minuto. Dois. Chamou por ele. Nada. Seu coração disparou. Um medo profundo. Tentou levantar. Não podia. Tentou gritar. Nada fazia sentido. Teve a intuição de que estava dormindo. Apavorada tentou acordar.
Porque não podemos deixar isso só pro contador?
- Tô vendo que está cansada. Quer uma massagem Su?
- Não! Quero dormir.
- Sério? Tá doente? Você recusando minha massagem? Ou será que perdi meu charme?
- Sai. Vai pra tua casa que tá tarde. Estou com sono.
- Tá. Não precisa me tocar. Mal humorada!
Terminamos amanhã?
- Melhor né? Desculpa. Não pretendia ser grosseira. Sabe que fico chata quando tenho sono!
- Está tudo certo, minha querida.
Suzana tirou a roupa. Largou em cima de uma cadeira. Deitou na cama. Apagou a luz. Acendeu novamente. A sua mania de arrumação era pior que o sono. Dobrou e guardou as roupas. Deitou novamente. Levantou, porque não tinha escovado os dentes. Então escovou os dentes e tentou dormir. Foi quando escutou um barulho na porta. Barulho de chave. Imaginou que Gutierrez havia esquecido algo... Esperou. Um minuto. Dois. Chamou por ele. Nada. Seu coração disparou. Um medo profundo. Tentou levantar. Não podia. Tentou gritar. Nada fazia sentido. Teve a intuição de que estava dormindo. Apavorada tentou acordar.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Gatos
Gatos
Gatinhos
Gatões
Invadem meu portão
Sem cerimônia
Pretos, amarelos
A cada dia uma novidade
Lindos
Eu fico maravilhada
Livres, hoje raridade
Belos
Carinhosos
Numa natureza tão mágica
Me apaixono
Comem a ração
Fazem um carinho, em agradecimento
Partem
Um dia voltam
São como eu
Acreditam
No momento.
Gatinhos
Gatões
Invadem meu portão
Sem cerimônia
Pretos, amarelos
A cada dia uma novidade
Lindos
Eu fico maravilhada
Livres, hoje raridade
Belos
Carinhosos
Numa natureza tão mágica
Me apaixono
Comem a ração
Fazem um carinho, em agradecimento
Partem
Um dia voltam
São como eu
Acreditam
No momento.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Ah! Poesia do Mar
Olhando a água, a ilha de fundo
Abraça o primo
Cuida
Como se seu abraço fosse proteção
Contra todo mal
Carinho
Deve ter uns três anos
A pequena heroína
Ele, vestido de super homem
Mal aprendeu andar
Ela de cor de rosa
Pequena Protetora Stella,
mas pra mim
Pequena Janaina
Rainha e sereia do mar
domingo, 3 de janeiro de 2016
Um
Não sei se ainda temos chance
Neste mundo tão confuso
De ainda ser humano
"Humano "hoje é quem destrói
Corrompe
Abusa
Apodera-se
Queria que cada dor
De cada mulher tratada como objeto
E de cada criança violada em seus direitos
Que a todos pertencesse
Que a cada nascimento
Houvesse grande festa
Que todo bebê tivesse
Casa segura, cama limpa
Peito pra mamar
E amor. Todo o amor.
Sei que não sou a única sonhadora
Só sei que faço minha parte
Porque minhas dores são coletivas sempre
Sou cada criança
Sou cada mulher
Sou cada homem
Não sou país
Sou mundo
Sou natureza
Sou o menino que solta pipa
E sou cachorro de rua
Vejo corações bons
Vejo pessoas que fazem o bem
Quero acreditar que ainda somos maioria
Quero acreditar que um dia seremos um
Neste mundo tão confuso
De ainda ser humano
"Humano "hoje é quem destrói
Corrompe
Abusa
Apodera-se
Queria que cada dor
De cada mulher tratada como objeto
E de cada criança violada em seus direitos
Que a todos pertencesse
Que a cada nascimento
Houvesse grande festa
Que todo bebê tivesse
Casa segura, cama limpa
Peito pra mamar
E amor. Todo o amor.
Sei que não sou a única sonhadora
Só sei que faço minha parte
Porque minhas dores são coletivas sempre
Sou cada criança
Sou cada mulher
Sou cada homem
Não sou país
Sou mundo
Sou natureza
Sou o menino que solta pipa
E sou cachorro de rua
Vejo corações bons
Vejo pessoas que fazem o bem
Quero acreditar que ainda somos maioria
Quero acreditar que um dia seremos um
Assinar:
Postagens (Atom)